O deputado conclamou a toda a sociedade para que "onde for instalada uma casa de passagem, que seja abraçada"
Foto: Carlos Gandra/CLDF.
Durante a sessão remota desta quarta-feira (28), o deputado Delmasso (Republicanos) recorreu a uma palavra pouco conhecida para apresentar reflexão sobre as casas de passagem. O distrital argumentou que muitas pessoas têm "aporofobia" – aversão ao pobre – mas não reconhecem, e que isso é um desafio para a instalação de unidades de acolhimento para pessoas em situação de rua e de abandono no Distrito Federal.
"Temos visto essa prática por algumas pessoas que se utilizam de interesses que não atendem aos princípios constitucionais, se movimentando contra as casas de passagem", disse Delmasso. "Ninguém vai dizer que um morador de rua não deve ter uma condição social digna, mas muitos dizem: 'longe de mim, longe da minha casa'", continuou.
"A implantação das unidades de acolhimento faz parte de uma política de atendimento ao princípio do resgate da dignidade humana. A implantação é, sim, um ato humanitário", defendeu o distrital. E concluiu: "Clamo a toda a sociedade: onde for instalada uma casa de passagem, que seja abraçada".
A fala de Delmasso foi elogiada pelo deputado Fábio Felix (PSOL), que já havia tratado do assunto na sessão de ontem. "Do lugar de seus privilégios, muitas pessoas não querem as unidades de acolhimento. Mas não adianta reclamar da crise social por que passamos e não ajudar o Estado a estruturar essa política", defendeu.
Arlete Sampaio (PT) concordou com os colegas: "A sociedade precisa ter solidariedade, fraternidade e não esse ódio". A parlamentar também argumentou que a "aporofobia" pode ser percebida no próprio governo, "ao derrubar barracos sem oferecer nenhuma alternativa".
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